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quarta-feira, 1 de junho de 2016

Tempos antigos haviam ENXAQUECAS?

Hey, guys!

Como havia prometido, irei falar sobre antigamente... 
E as dores de cabeça. *-*
Estão curiosos?
 Então... LET’S GO!


As dores de cabeça acompanham a humanidade há milhares de anos. Mais do que simples dores na cabeça, a maior parte dos tipos existentes de dor nessa área do nosso corpo são causadas por doenças químicas do próprio cérebro e não por causas mais graves, como tumores cerebrais. 
Embora haja mais de 250 tipos diferentes de dor de cabeça, de acordo com a Classificação Internacional de Cefaleias, grande parte dos pacientes que têm dores de cabeça ao longo de meses ou anos, sofre do que se chama de cefaleia primária, isto é, ela própria é a doença e o sintoma.
Enxaqueca NÃO é dor de cabeça e sim uma doença química, crônica e genética do cérebro, que pode ou não causar dor de cabeça.
 Há pacientes com enxaqueca sem dor de cabeça e outros com crises de cefaleia ou dor de cabeça em poucos dias no ano. Entretanto, o sofredor de enxaqueca que recorre ao médico o faz em função do padecimento provocado por crises frequentes, intensas e incapacitantes.
Enxaqueca vem acompanhando a humanidade em toda a sua história. Achados arqueológicos de civilizações neolíticas, com data aproximada de 7000 anos a.C., já sugeriam a presença de humanos com crises fortes, interpretadas à época, como a presença de maus espíritos dentro do crânio.
 O tratamento aplicado então era a abertura “in vivo” (com a pessoa viva) de orifícios na cabeça para a “saída” dos maus espíritos. 
A técnica da trepanação da pessoa viva, por mais estapafúrdia que pareça, ainda foi recomendada no século 17 para o tratamento de pacientes com enxaqueca “intratável” por William Harvey em 1660.
Documentos egípcios de 1220 a.C., baseados em escritos médicos de 1550 AC, confirmavam a crença de que os deuses também podiam curar pacientes com crises de dor de cabeça. Aqui o paciente era colocado sentado e um crocodilo de argila com trigo na boca era firmemente amarrado sobre a sua cabeça através de uma faixa de linho branca onde se escreviam os nomes de vários deuses. 
Por incrível que pareça os relatos sugeriam a melhora destes pacientes, provavelmente devido à compressão das artérias dilatadas do couro cabeludo.
Em 400 a.C., Hipócrates descreveu a visualização de raios luminosos precedendo a dor da enxaqueca a qual se apresentava de intensidade forte e se iniciava nas têmporas, atingindo toda a cabeça e o pescoço. 
Ele também mencionou a possibilidade desta dor ter sido iniciada por exercícios e relações sexuais e acreditou que eram decorrentes da ascensão de “vapores” do estômago para a cabeça, uma vez que eram aliviadas por vômitos.
 No entanto, foi Aretaeus da Capadócia no segundo século d.C., quem fez a primeira descrição clássica de enxaqueca e a quem é creditada a “descoberta” da enxaqueca, embora esta fosse bem conhecida no mundo antigo.
Várias personalidades ilustres da história sofriam de enxaqueca. Júlio César, Thomas Jefferson, Lewis Carrol, Sigmund Freud e Napoleão entre outros, viveram as suas vidas acompanhados de crises marcantes de dor de cabeça da doença chamada enxaqueca.
A avaliação histórica da evolução do tratamento da enxaqueca também é estarrecedora. Desde a trepanação “in vivo” de seres humanos 7000 anos a.C. até as primeiras injeções em 1883 de extrato de ergot realizadas por Eulenburg (na Alemanha), pouco se aprendeu. 
Em 1918, Stoll na Suíça isolou a substância ergotamina do espigão do centeio e a denominou de Gynergan utilizando-a em obstetrícia e ginecologia. Em 1925, o também suíço Rothlin foi o primeiro a utilizar a ergotamina subcutânea para uma crise de migrânea. Em 1928 foram divulgados os primeiros estudos científicos com bons resultados da ergotamina tomada pela via oral por Tzanck na França e os americanos John Graham e Harold Wolff demonstraram o efeito desta droga, promovendo a contração de vasos sanguíneos dilatados durante a crise de enxaqueca.
Durante os anos 40, após estudos de Graham e Wolff demonstrando a dilatação dos vasos sanguíneos da cabeça durante a dor da enxaqueca, o departamento médico do exército americano chegou ao absurdo de usar centrífugas gigantes onde o paciente, durante a dor, era colocado girando de forma rápida, na tentativa de “desviar” o sangue da cabeça para os pés e melhorar a dor.
Na década de 60, começaram a aparecer os primeiros médicos americanos com dedicação específica para dor de cabeça. No Rio de Janeiro, no ano de 1986, iniciamos os trabalhos na primeira e até hoje única clínica específica para avaliar e tratar pacientes com dor de cabeça, tornando-nos, portanto, pioneiros nessa especialidade.
No final da década de 80, foi desenvolvida uma droga denominada sumatriptan, considerada a primeira droga da história específica para o tratamento de uma crise de enxaqueca. 
Ainda hoje é largamente utilizada em todo o mundo e a sua formulação de injeção subcutânea é ainda a droga mais eficaz no tratamento das crises de dor de cabeça causadas pela doença enxaqueca. Atualmente, a classe de fármacos chamada de triptanos, e com substâncias mais novas, tem propiciado não apenas a melhora dos pacientes e o seu retorno às atividades produtivas mais rapidamente, mas principalmente nos permitiu atingir uma melhor compreensão do que realmente ocorre no cérebro de uma pessoa com migrânea ou enxaqueca.
Hoje, já no século 21, o avanço em relação ao diagnóstico e ao tratamento das dores de cabeça é notório e a qualidade de vida dos pacientes certamente melhorou de forma inquestionável. Com o futuro, a provável descoberta de novas drogas, o advento da engenharia genética e a elucidação mais profunda do funcionamento do cérebro humano poderão, certamente, beneficiar a todos que hoje sofrem sem esperança.

O diagnóstico correto das cefaleias, não sendo possível realizá-lo de forma satisfatória em consultas de curta duração, como, infelizmente as realizadas por muito profissionais dos odiosos convênios e do serviço público. Algumas normas gerais sempre devem nortear o roteiro de avaliação do paciente e a correta realização deste diagnóstico. 
Além disso, é fundamental lembrar que o diagnóstico da maior parte das cefaleias presentes na prática clínica rotineira é essencialmente clínico e os famigerados exames de eletro encefalograma, radiografias, tomografias computadorizadas e ressonâncias nucleares magnéticas de crânio não devem ser solicitados de forma rotineira.
 Exame complementar NÃO substitui a consulta do médico!
QUER SABER MAIS? 
Fonte :
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Frase de efeito:
'' Não importa a intensidade da sua dor, faça dela sua força, assim poderá vencer! ''
- Thainá Dominguês Benasse

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