Era um olhar tão
angustiante que chegava dar pena... De mim.
Eu estava perdida em um vazio da mente, cansada… Assim, eu odiava acordar cedo.
‘’Hoje, por incrível
que pareça minhas vivencias dolosas, as
historias que a fora marcada valia mais que minha vida que foi toda planejada,
alias sem meu consentimento. ‘’
Por isso, irei te
contar uma manhã fria de junho, do qual eu rompi a rotina óbvia de adolescente.
Naquele dia podia se ver as arfadas de curiosidade que se fazia em vapor
evidente; Eu tinha 15 anos, nunca fui de sair para fora de casa, ainda mais de
manhã, e não vestida corretamente.
Aquela vibração,
sim, uma energia estranha circulou em meu corpo...
‘’ Tenho que ir ao portão.
’’ – aos passos lentos, fui, encarei.
Contagiada por
tamanha surpresa, não hesitou em falar...
- Você é um anjo? –
eu havia encontrado alguém tão único e lindo em seu portão, seus cabelos eram
louros, longos e ondulados; olhos de esmeralda foscos, e seus cílios eram como
uma linha sem fim... Longos e grossos. Ah... Não poderia esquecer seu nariz,
grande e empinado, alvo. Angelical.
Ele estava sentado
na calçada, admirando a terra tristonha logo a frente, o nascer do sol era tão
preguiçoso quanto o levantar de seus belos olhos... Amargurados.
- Se você quer me
chamar assim, eu deixo, minha donzela. – fez pouco caso, mas não deixou de dar
um sorriso de canto de boca. Ele era cortejador, galenteador, meu Deus, meu príncipe,
minha estrela! Mas... sua voz parecia um tanto feminina.
- Hey, você é
daqui? – indaguei.
- Sou. – não soou
seco pelo que me lembro, mas no meu conceito de época era um tanto grosseiro,
mas como sempre, eu era recatada, não falei nada.
- O que está a
fazer aqui? – ajeitei minha camisola de babados.
- Pensando.
- Você... É uma
garota? – hesitei, pareceu uma afirmação do que uma pergunta.
- Anjos não tem
sexo, my lady. – sorriu naturalmente, porém, meu peito na época havia se
apertado. – Mas, infelizmente tem corpo. – complementou murmurando.
Nessa madrugada fria, estagnei surpreendida
de fato, não por ela estar de homem, e sim, por sua convicção.
- Não gosta de
vestidos? – não sei porque raios saiu isso... No entanto, a verdade é que eu
queria saber se ela gostava de ser homem.
- Não gosto de ser
rotulada. – finalmente olhou em meus olhos, de verdade.
- Thainá Dominguês Benasse