



Sua metamorfose de medos a fez reclusa e ignorante.
Carrega, com as próprias mãos, o estorvo que a arrasta.
Não foram as circunstâncias que a moldaram assim — foi o veneno manso do seu ambiente.
Os afagos excessivos dos pais, que a embalaram até a cegueira,
teceram as grades do seu refúgio.
Um abrigo tão confortável que se tornou prisão —
e talvez nunca mais se abra.
O destino?
Uma princesa fadada a definhar de desgostos,
sob o zelo sufocante dos que diziam amar.
Educação que nunca existiu.
Preferências que nunca pôde escolher.
Caminhos que talvez jamais alcance.
Sua incapacidade crescerá como sombra,
e ela será apagada pela vida,
até restar apenas um vulto.
Sonhos que se voltam contra si,
disparando em seu próprio peito.
Tudo por um amor excessivo,
e fatal.
— Thainá Domingues Benasse




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