PISOTEANDO DE BOTAS
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Não, não era para ser. ’’ – se indagava ao ver a casa toda bagunçada, e junto
delas centenas de insetos repugnantes.
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Eu não acredito que você faz questão de ser comido antes pelos insetos. –
bradou com aquele homem deitado ao chão, e com um monte de garrafas vazias ao
seu redor.
-
V-vo-cê acredita que ontem... – repensou o que ia falar. – Não, assim, posso
dizer que bebi, mas eu estou são.
-
Certo... Certo. – sua paciência estava se esgotando, coloco seus dois dedos em
suas têmporas, e começou a falar baixinho, pois como era apartamento todos
poderiam ouvir seus gritos e o quão queria mata-lo. – Deixa eu te contar uma
coisa... Você, filho, não mora sozinho. – aos poucos sua voz iria se alterando.
– Quantas vezes eu te falei para parar de ser mimado, e cuidar do apartamento
que dividimos? – ao caminhar mais para frente, suas botas enroscaram nas
sacolas incontáveis no chão.
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Como eu vim parar nesse apartamento?’’ – ao se questionar sobre, começou a
divagar injuriada por tudo que passou. As consequências de seus atos inocentes,
a fez estagnar naquele muquifo. Era necessário dizer, deveria dizer. Concentrou-se
novamente naquele esfarrapado.
-
Você é um inseto, então viva como um. –
sem remorso, ficou o pisando com sua bota de couro, da qual, sempre a dava
forças para enfrentar as circunstancias da vida; Avisará que a paciência dela é
curta, não igual suas ações.
A
história de sua vida sempre foi tomada pela fúria, tratada como algo que
precisava cutucar,pular, ignorar, cansou de ser boazinha, se a vida a pisou,
ela pisará em dobro. Suas botas equivalem sua trajetória. Sua mãe as lhe deu
com mesmo intuído.
‘’-
Enfrente a vida, minha querida filha, não tenha medo de lutar pelo que você tem
de direito, essas botas que muitas vezes caminhou sobre o martírio, agora devem
caminhar com você para fazer valer a pena tudo que passei por você; Saiba
aproveitar o doce, mesmo vivenciando o amargo. ’’
Assim
sendo, PISOU, PISA, PISARÁ no que precisar.
*
-
PARA SUA LOUCA! – gritava o homem bebum.
Em
um movimento rápido, depois de o deixar vermelho, marcado pelas botas, ela
agachou, e ficou no mesmo nível dele, baixo, o fixando nos olhos, abriu a boca
para sugerir algo, todavia, fechou os olhos, levantou, pegou as coisas daquele
salafrário e jogou para fora.
-
SAIA! AGORA! – bateu suas botas no chão. – Eu sou autoridade. Eu achei o
maldito apartamento, e você se apossou e não ajuda em nada. Agora, SAIA!
Como
cachorro sem dono, saiu com o rabinho entre as pernas, a procura de algum
alojamento que o aceite. Fechou as portas, começou a limpar o seu canto.
-
É... A vida é assim, se não pisarmos, seremos pisados. – finalizou sua querida
reflexão, em meio ao chão desgostoso.
Artistas :
> Michal <>Shan Jiang< >Crystal Kung >Haren<
Thainá Dominguês Benasse
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