Extra :
A casinha da vovó.
Cada canto exprimia uma memória.
Uma fotografia de uma criança travessa, uma cartinha, um desenho
deixado ao acaso. Um brinquedo abandonado.
Uma sintonia que fica ao ar, sem ao menos fazer barulho algum.
Era a casa da vovó.
Perguntava-me o motivo de não me sentir bem na casa dela. A
explicação era sempre um mistério.
A verdade é que a saudade estava escrita
entre essas paredes.
É uma melodia triste. Um acústico melancólico.
O passado virou ferrugem... Não mais sugerido, não mais aferido.
Meu estomago revirava por conta de sentimentos sem sentido.
Coitada de mim, nem minha digestão posso fazer direito.
Sempre a dançar junto à
solidão do lugar.
As preocupações que antes era dramas de infância, hoje é a
realidade esmagadora que não pode ser evitada, por que se dermos o luxo para
tal, o preço para aquilo era enorme.
Endividados seremos eternamente pelo que foi vivido...
Um
serzinho que não soubeste de nada, crendo no que sentia.
Encontrava-me abatida. Sem beiras a qual me segurar.
Casa da vovó...
Já foi meu esconderijo de traquinagens.
Hoje, é uma
Criptonita.
- Thainá Dominguês Benasse
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