Amuado em seu canto procurando no porão, encontrou uma caixinha
de recordações... Quando de repente, seu celular antigo apitou.
Um toque irritante, mas com sensação
de alivio. Ambivalente seja.
A mensagem dizia:
‘’ Inspiração. Sim, é o que você me
dá. Coragem para viver. Estimulo para caminhar cada dia... Para ver outro
nascer do sol e dele ter um significado. Talvez você seja nuvem que o tampa,
para dar altivez no nada. ’’
As lágrimas daquele receptor, não era
nada de tristeza ou felicidade... Era apenas dele mesmo. Apático consigo mesmo.
Pois, suas palavras postas em um
papel eram para si. Queria fixar no seu interior, para depois exaurir as
negatividades que o prende. Que o puxa para uma profundidade quase inabitável a
ninguém.
Queria que tocasse o seu eu. Egoísmo
no final.
Ele sorriu... E voltou seus olhos
tristonhos na caixa das lembranças.
Olhando bem a fundo viu uma ilha...
Dentro do globo de vidro. Se esforçasse mais um tanto, irei ver a garota
ali... Um bilhete estava preso com uma fita adesiva no globo de enfeite.
Dizia:
‘’Nesta ilha isolada estava ela... O
frio a abraçava, o vento acariciava, e as estrelas pequeninas encarava-a.
Seu coração latejava, o céu era
misterioso todo a vermelhado. Uma nevoa de poeira jogada ao ar aparentava.
Era a noite que eles se conheceram. A
lua estava parecendo uma pintura destacada pelo céu rubro.
Sim, fora a noite que eles se
conheceram.
Ele chegou de fininho, como o cheiro
das flores, inusitado e doce. Ela desejava mais daquilo. Seu olor, sua textura,
sua beleza. Porém, quando ela ansiava tocar, os espinhos ficavam a mostra. Ou
então, ele se ia com a brisa.
Quiçá, permanecia a marca dos furos
que foram feitos por uma delicada planta.
Na mesma noite em que ele a
envenenou, ele se foi igual uma maré que leva embora as conchinhas na praia. O
problema que ele apressou sua própria oscilação.
No fim, ele fora divino por ir e vir
quando pretendia. Colhi o que semeie.
À noite... Em que eles se conheceram.
‘’
Fez sentido agora. Talvez ele seja um
espinho na mão do remetente. Ele precisava deste desconforto para procurar a
verdadeira cura. Ou então, perceber suas verdadeiras bênçãos.
Por falar a verdade, mesmo
machucando, ele desperta o sincero. Grande feito...Senhor Egoísta. Que orgulho afinal.
- Thainá Dominguês Benasse
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