Eu olho firmemente para minhas pequenas mãos, e percebo o quão ela quer abraçar o mundo que não tem. Que não é de sua possessão. O que não percebo, ou não quero perceber, que eu não tenho esse poder. Que o único poder que eu tenho, é abraçar a mim mesma, e não dizer que: '' Está tudo bem.'' e sim, '' Que ta tudo bem sentir uma dor que te incomoda. Que ta tudo bem chorar. Tá tudo bem ser humana. Que ta tudo bem viver.''
Mas, as vezes é difícil chorar... é como se eu chorasse e parasse instantemente. Como se fosse um pecado mortal. Ser eu. Ou abraçar minhas emoções. Uma vergonha compartilhar minha dor e minha fraqueza. Até para mim mesma.
Eu não quero depender de ninguém. Afasto-me de todos que me tem com carinho, sempre desconfiada, sempre ressentida. Dado que, perdi algumas amizades que achei que fosse valiosa, pode ter sido em uma época, mas agora, eram pessoas que deveriam ir.
'' São mas?'' Talvez, mas isso não importa. O que importa é que nesse momento, elas não são para minha evolução. Eu sei... eu sei. Minha lógica é forte. Afiada. No entanto, meu coração ainda vive na época das cavernas. Ele sente, ele doí. A mudança doí. E ta tudo bem chorar por isso.
Minha avó, que sempre esteve comigo, está indo embora aos poucos. E doí ver ela sofrer. Doí visitá-la. Doí. Mas, evito sentir, e isso ta me matando.
Não quero contar para ninguém, a não ser para mim. Não quero chorar e me restringir incontáveis vezes. Não quero. Só quero sentir toda dor de uma vez, e deixar ir embora. Não quero pensar em nada.
Vocês conseguem ouvir minhas lagrimas? Mesmo sem som?
o dia é/foi 30/03/2024, e eu gritei depois de 5 anos de repreensão...
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