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sábado, 25 de junho de 2016

O Moletom Vermelho



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Em meio à multidão de pessoas desnorteadas que sempre estavam à procura de alguém,

 estava você ali. 

Eu não o vi. Estava distraída com meu próprio pensar.

 Como uma sacudida para realidade, minha amiga  me chamou.

- Ruby, a minha esquerda! – sussurrou com todo cuidado.

- Aonde? O quê? – revidei o sussurro e fiquei virando minha cabeça para um lado para o outro.

- Ali. De vermelho! – disse ela bem perto de mim, pousando o olhar para onde ele estava.

Foi quando minha respiração cessou, e meu olhar penetrou naquela ilusão que não via há anos. 
Minhas pernas tiveram vida, e o choque tomou conta de todo meu corpo.

- Lucy, me tire daqui! – disse soltando palavras longas separadas por arfadas. Eu tremia, eu não conseguia respirar. Achei que iria desmaiar ali, que o preto da imensidão iria tomar conta das minhas vistas.
Só que diminuiu minha crise de falta de ar, e desceu algo quente e salgado em meu rosto frio.Me agarrei a pequena Lucy.
- Lucy! Lucy... Dói. Ele... Nem sequer olhou. – bradei, e o som da banda abafava minha angustia.

Eu amo tanto. Só que está no passado para ele. Por que está no presente para mim? Esse sentimento.  – chorei, enquanto meu peito doía. 

Os minutos se passaram, e eu desencostei delicadamente do conforto da minha pequena Lucy, e disse. - Eu sou uma idiota, não?

- Ruby! Você não é! Sei como é isso. Mas não se martirize. Seu sentimento é só seu. Ninguém neste mundo pode culpa-la disso. E pare de chorar! E outra, ele não te viu, eu estava te tampando. – disse ela, passando a mão para tirar os resíduos do desconsolo do meu rosto.
- Ele me viu. Este vestido eu repito todo ano neste ocasião, tá ligada? –eu ri da minha própria amargura.  – 
Enfim, vou parar de agir como uma criança... 
Não sei por que me faltou tanto ar. Tenho que me controlar. – finalizei.

Andei ao redor, bebi uma latinha de cerveja, que não sou acostumada, para espantar meu azedume.
E sempre, pela redondeza a procura do vermelho vinho, que me fez trazer tantas lembranças, não só em várias ocasiões, mas naquele mesmo lugar.

O moletom vermelho.

- Thainá Dominguês Benasse

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