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domingo, 15 de março de 2020

Ao Falar com as Ondas


Ao Falar com as Ondas.

O precipitar de cada brisa que tremula meu coração... Vejo-me em uma areia gélida na praia. Onde o pôr-do-sol nunca se defini e nunca se vai.
Meus dedos formigam com a areia escura da praia. As ondas sussurram para mim... Como se quisessem me acalmar em meio ao próprio alvoroço.

Penso-me que sempre terá idas e vindas em minha vida. Haviam épocas, em que o precipitar dos meus dedos no teclado, era para lamentar o que viviam. No entanto, o passar é inevitável, mas só a mudança é evitável.
Observo isso em muitos. Parados em seu tempo. Uma mente indefinida e cabulosa. Como se esperasse ser chamados por algo maior. E pensar que já fui um ausente da minha própria história.

De novo, as borbulhas fazem cocegas em minha pele. De certo, o mar me desnuda, mostra-se os pensamentos, ou melhor, o pensar; e isso me afeta.

"Aprendi que existem coisas para as quais ainda não foram inventadas palavras.  Provavelmente seja melhor assim, sem palavras para tudo e com explicação para quase nada, nos dando o luxo de simplesmente sentir e desejar, como todas as forças, que tudo isso vire apenas lembranças. No mais, estive pensando em você com todo coração."

‘’Posso falar com você?’’ – me inclinei ao persuadir as águas. Como se estivesse as convidando a escorrer sobre meu corpo pequeno.

‘’ Claro’’ – ela sugeriu mandando seus respingos.
E foi assim, em que deixei me entregar. Pedi para ela marcar o que foi dito e feito. 
Em mim, o saber do que causou minha mudança, e ter conhecimento em como lidar com isso... É minha maior vitória.

- Não permitirei ficar mais esperando a chuva, enquanto eu posso pisar por terra... e pelo mar. Né?

- Thainá Dominguês Benasse


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