Inalava aquele vapor, enquanto exalava a fartura do meu peito.
Não conseguia ver meus olhos no espelho, e para ser sincera, nem queria.
Comtemplava meus próprios pensamentos. Nada passava, os afazeres, os ignorei... Por aquele breve momento no escuro do banheiro nublado.
As gotas caiam pesadamente, rastejando pelo meu corpo judiado pelo dia... Me questionei:
- Vale a pena?
Um talvez surgiu em minha cabeça, e sei, ou sabia, que esse talvez seria a esperança de outro dia ser melhor, ou conquistar esse futuro melhor.
- Mas, e o agora?
É... eu não sei. O que faço nesse agora?
Não enxergava meus olhos, e preferia assim. Pois, talvez, de novo o 'talvez', seria melhor viver na ilusão, do que acordar e perceber que a verdade é mais dolorosa do que aquele presente que vivia pelo futuro.
Não limpei o espelho, fiquei ali por alguns finitos minutos, e acendi a luz, e por fim, limpei o espelho.
- Oi, Thainá. Até quem enfim... Vamos voltar?
- Para onde?
- Futuro, claro.
- A...
- Thainá Dominguês Benasse.