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quinta-feira, 20 de março de 2025

Ainda que a dor foi passado... Vó.

 A vida é muito estranha, como se não fosse real. Fosse apenas um sonho, do qual, tentamos ficar lúcidos, mas a dor, ás vezes é tanta, que queremos reafirmar o que é um ilusão.

Quando eu a ajudava a carregar seu próprio corpo debio, do qual, tantos anos a levou, agora precisa de auxilio até mesmo para se virar.

Ela puxava minha mão.

'' Está incomodo desse jeito...'' -- ajeitava-a.

'' Assim também.'' -- seus olhos suplicavam ajuda.

'' Dói...'' -- enchiam de lágrimas.

Na medida do possível, tentávamos aliviar sua dor... E, isso de pensar, me agonia... 

Sei que partiu, sei que, está melhor agora, cumpriu o que tinha que cumprir no tamanho do seu possível. No entanto, ainda, ainda mesmo agora, eu sinto sua dor.

Seus olhos, sua pele, teu suor, seus lábios rachados e enrugados pelo tempo de vida, é algo difícil de esquecer. Vó.



19 de novembro /2024

sábado, 8 de março de 2025

SER OU ESTAR?

 Tem versões de mim que as pessoas insistem em querer matá-la, justificá-la, massacra-la, liberta-la, ou até mesmo, aceita-la.

 Eu sempre me pergunto, qual versão de mim é ''real''; se existir essa normalidade do real. 

Para mim, somos um englobado de sentimentos e genialidades, a ponto de ser descoberto, ou encoberto, e eu não entendo, o motivo que até hoje, as pessoas ainda procuram ser rotuladas.


'' EU SOU FOFA, CARINHOSA E GENTIL''

''ELA É INTELIGENTE, RUDE E BONITA’'

''ELE É... ELES SÃO... NÓS SOMOS...''

Mas, sempre falamos no presente, e qual seria esse presente? De alguns minutos, dias, meses, anos, décadas? 

O que seria esse SER, quando somos de maioria no ESTAR?

Pois bem, não temos uma definição que nos faça justiça, e eu acho isso ÓTIMO!

Fica mais difícil de orquestrarem um padrão para eles nos impor. 

APESAR de que mesmo não tendo uma definição, já nos IMPÕE em um grupo, e nos separam por eles.

VAMOS SER OU ESTAR?


- Thainá Dominguês Benasse



21 de dezembro 2024

sábado, 8 de fevereiro de 2025

A Correria para o Futuro, E a Perda do Eu.

Vertigem, encarei-me ao espelho tampado pela quentura da água.
Inalava aquele vapor, enquanto exalava a fartura do meu peito.
Não conseguia ver meus olhos no espelho, e para ser sincera, nem queria.


Comtemplava meus próprios pensamentos. Nada passava, os afazeres, os ignorei... Por aquele breve momento no escuro do banheiro nublado.
As gotas caiam pesadamente, rastejando pelo meu corpo judiado pelo dia... Me questionei:
- Vale a pena?
Um talvez surgiu em minha cabeça, e sei, ou sabia, que esse talvez seria a esperança de outro dia ser melhor, ou conquistar esse futuro melhor.
- Mas, e o agora?
É... eu não sei. O que faço nesse agora? 
Não enxergava meus olhos, e preferia assim. Pois, talvez, de novo o 'talvez', seria melhor viver na ilusão, do que acordar e perceber que a verdade é mais dolorosa do que aquele presente que vivia pelo futuro.


Não limpei o espelho, fiquei ali por alguns finitos minutos, e acendi a luz, e por fim, limpei o espelho.
- Oi, Thainá. Até quem enfim... Vamos voltar?
- Para onde?
- Futuro, claro.
- A...

- Thainá Dominguês Benasse.