Do amanhã descongelado.
O gelo adentrou suas
unhas roxas, era tudo branco, sua visão, sua mente... Ela corria naquela
estrada solitária... Tentava alcança-la.
- Você sempre esteve
comigo...
- Minha querida. –
era afável.
- Que saudades. –
era um sussurro, tudo era... O silencio devastador, apenas a nevasca como
testemunha. – Estou congelando, porém meu coração esta batendo ainda! Está tão
forte como no verão.
- A chuva... Lembra?
– sua voz.
- Sim... Lembro como
poderia esquecer? – eram lembranças que nunca seriam vagas, e sim, distorcidas,
pois o tempo não perdoa, quiçá, os sentimentos fixam o que a memória nos
engana. – Você sabe a minha certeza, você sabe. Suas palavras não saem da minha
alma.
Pegou sua baia, seu
vestido azul esvoaçado, suas mãos que procuravam abrigo, não conseguiram. Lá
vai ela, percorrendo o caminho frívolo e rigoroso, quando o sol ao lado
resolveu surgir.
- Logo agora que a
encontrei. Logo agora que os violinos começaram a tremer em meu coração. Logo...
- Hey, chega de
drama... Você sabe que ela está em um lugar ensolarado, porque não vem se
esquentar aqui? – bradou um senhorzinho a distancia.
- Irei... Logo
estarei ai, vó. – sorriu para si, e se dirigiu onde aquela o velhinho a chamava… Na varanda amadeirada, onde a chaminé esvoaçava a quentura que pedia. Não pedia… Gritava.
- Thainá Dominguês
Benasse
OBRA DE ARTE DEDICAÇÃO :
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