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quinta-feira, 7 de março de 2019

Do amanhã descongelado.



Do amanhã descongelado.
O gelo adentrou suas unhas roxas, era tudo branco, sua visão, sua mente... Ela corria naquela estrada solitária... Tentava alcança-la.
- Você sempre esteve comigo...
- Minha querida. – era afável.
- Que saudades. – era um sussurro, tudo era... O silencio devastador, apenas a nevasca como testemunha. – Estou congelando, porém meu coração esta batendo ainda! Está tão forte como no verão.
- A chuva... Lembra? – sua voz.
- Sim... Lembro como poderia esquecer? – eram lembranças que nunca seriam vagas, e sim, distorcidas, pois o tempo não perdoa, quiçá, os sentimentos fixam o que a memória nos engana. – Você sabe a minha certeza, você sabe. Suas palavras não saem da minha alma.
Pegou sua baia, seu vestido azul esvoaçado, suas mãos que procuravam abrigo, não conseguiram. Lá vai ela, percorrendo o caminho frívolo e rigoroso, quando o sol ao lado resolveu surgir.
- Logo agora que a encontrei. Logo agora que os violinos começaram a tremer em meu coração. Logo...
- Hey, chega de drama... Você sabe que ela está em um lugar ensolarado, porque não vem se esquentar aqui? – bradou um senhorzinho a distancia.
- Irei... Logo estarei ai, vó. – sorriu para si, e se dirigiu onde aquela o velhinho a chamava… Na varanda amadeirada, onde a chaminé esvoaçava a quentura que pedia. Não pedia… Gritava.


- Thainá Dominguês Benasse
OBRA DE ARTE DEDICAÇÃO :



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