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domingo, 18 de maio de 2025

Ninguém

Ninguém.

Ninguém dava nada por mim — nem eu mesma.

"Essa menina é burra."
"Não vai longe."
"Má influência."
"Preguiçosa."
"Metida."

Eu sorria, mesmo diante das ofensas. Evitava o conflito, adocicava o ambiente, relevava demais.



Houve um momento, já mais velha, em que passei a desacreditar de tudo.

Desacreditei da vida, da sorte, de Deus... até da existência da minha própria respiração, que se prendia no peito.

Afogava-me na bebida, em saídas sem sentido… tudo fuga.

Correndo.
Seguindo.
Rastejando.

Na esperança de ser encontrada...

E não percebia que, no fundo, o que eu queria era me encontrar — encontrar a mim mesma, a criança que um dia foi julgada e que ainda vivia dentro de mim.

Hoje, ela se prova forte.
Dona dos próprios sonhos.
Realizadora da sua própria eternidade.



Pelo menos, da eternidade do seu bem-estar.

Já percorri metade do caminho. Falta o resto — mas sigo.
Sigo seguindo.

Thainá Dominguês Benasse

2 comentários:

  1. Sensacional, parabéns!!! Um dom incrível que você tem, suas escritas tocam a alma!!! ♥️♥️

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