- Pegaram as meninas! DROGARAM-NAS! NOSSA PEQUENINA... NOSSA CRIANÇA... – fez-se um silêncio esmagador. – A amiga dela, se recuperou! Mas, e-ela... – seus olhos enxergaram de lágrimas.
- NÃO! MEU DEUS... NÃO... –gaguejava a falseta mãe. – Não entendo... Elas, ela não é de sair não mais. – soltou um pequeno chiado como uma risada melancólica. – Não usariam drogas.
- Você não entendeu?! Drogaram-nas! Não aceitaram de bom grado. Entende? Entende... – disse o pai desesperado.
- Cadê ela? – arregalou os olhos se dando conta dos seus arrependimentos...
E então foram ao hospital, e então lá estava ela, com seus cabelos volumosos ondulados como um mar no travesseiro, ondas marrons.
- Seus cílios... Não se tremem. – a mãe estava com um tique do lado da boca. – Não está brincando né filha? – debruçou sobre seu pequeno rosto alvo, e se lamentou por ter abandonado de todas as maneiras os pequenos gestos daquela criaturinha. – Acorde!
-Acorde filha, aonde é que esteja vagando... – soletrou seu pai, com firmeza e esperança.
* Do outro lado da Grande Pessoa. *
Estava em um lugar totalmente branco, a qual via o mundo pelo qual queria viver, um mundo sem violência, um mundo de magia, um universo aonde os anjos caminham junto a ti. Um mundo inexistente, um mundo deixado ao acaso. No interior de todos...
- Quero ficar! – respirou as flores brancas. – Realmente.
O maquinário marcava uma linha infinita para os pais, e um barulho perpétuo.
No fim foi-se embora, deixando o passado, ou melhor, o presente real, para o paraíso merecido.
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