‘’ Se pingos de chuvas fosse pingos de... ’’ – a menininha cantava, e com um clarão e estrondo, ela arregalou seus olhos azuis, e fitou sua mãe, que estava segurando o guarda-chuva apaticamente.
‘’ chuva gostosa... Seria. ‘’ – finalizou sua mãe a olhando por cima dos ombros. - Venha! Vai
chover em você. – disse com um sorriso melindroso.
E então a garotinha respondeu como um murmúrio. ‘’Rum’’.
Eu sinto falta dessa garotinha que sabia ler ambiente, mas não se
importava com suas ações. Garotinha sagaz, não? Fala o que queria, fazia o
queria, cantava... E pulava porque queria.
Era tudo muito úmido e quente naquele dia.
*
- Mãe, queria que este momento fosse preso ao tempo. – se remexeu na cadeira de madeira. -Sabe, há
lembranças que foram um pesadelo, e outras, que foram como um sonho, ou me
falha a memoria... Pois ela é enganosa, sabe? Pois então, eu cansei de contar os pingos que escorrem
na janela. Essa janela nebulosa que se faz semelhante a minha mente.
*
- Mamãe... Mamãe, você tá bem?– sua voz era gentil e ignorante. Já
não estava na rua, e sim, em sua residência pequena, e tingida de marrom.
- Calma querida... Tudo vai se resolver depois de algumas gotas. –
pegou um vidrinho pequeno...
Maldoso
seja! VENENOSA SEJA!
- Mãe...
- Tudo bem. – sorriso penoso novamente.
*
Remexeu-se novamente, ajeitando o que não podia.
- Ainda me pergunto... Quantas recaídas de pingos irão cair sobre
mim.
*
‘’ Cante... Para a mamãe. ’’—sua voz suave e cansada.
‘’ Se pingos de chuvas
fosse pingos de... Vida. Que chuva gostosa seria... ’’ né... Mãe?
A senhora se encontrava adormecida no sempre daquela cama branca.
Quando foi egoísta o suficiente de deixar sua querida filha ao mundo, e entrar
em um estado de refugio.
- Despenquem!
- Thainá Dominguês Benasse
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