Cadê
seu Ar?
- Nós... Evoluímos? No agora?
Mesmo? – brincou com seus dedos aos livros velhos. – Preciso de respostas! –
levantou-se engasgada com suas breves perguntas. – Digo-me que é muito
importante indagar o mundo e a si mesmo... No entanto, admito que enlouquece. –
suspirou tão longamente que quase perdeu o próprio ar.
Foi em sua estante enorme de
livros, e ficou olhando a janela que se encontrava ao lado. De modelo medieval
com detalhes florais dourados, mais para cor da ferrugem.
- Para que vivemos? Sabemos que
vamos morrer... Quiçá, procuramos uma justificativa para nossa vida, dando assim
um sentido valioso para tal. – murmurou irritadiça. – PORQUE RAIOS? – exaltou-se.
– Por que temos que dar um número? Por que temos que sempre seguir o que nós é
ordenado sendo que vivemos apenas uma vez? (OU NÃO? – pensou). – massageou suas
têmporas. – Qualificar-se, consumir, deter-se, procriar... Afim do que? Para
quê?
Enjoada com seus pensamentos,
resolveu abrir a janela solene. Continuou a branda para si.
- Vivemos por um prazer simplista que
nos é demandando, até então, outros vivem acima dos que gozam de migalhas (e
acham que é o suficiente... Mas, é?! – sussurrou). – voltou-se aos seus
diversos livros da prateleira e fixou sobre aquele conhecimento em papeis
obsoletos.
- AH! DIOS MIO! – expressou-se. –
Vou-me deixar na ignorância, deter-me, findar-me, limitar-me, SOU MAIS UMA
COVARDE! – afirmou com angustia. – Morta ou não... Respirando por um
significado maior, ou não... – silenciou por uns instantes.
Novamente, inclinou-se na janela, e
encarou o céu nublado.
- Eu vivo, e é isso que importa! –
a brisa passou em seus cabelos curtos, e
ela inspirou bem fortemente. – Importa o agora.
- Thainá Dominguês
Benasse
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